Bilhões são gastos em obras de estádio, que nunca tem um valor fixo, sempre
aumentam cada vez mais, e não há prestação de contas.
O fato é que a realização desses megaeventos não possui nenhum cunho social, pelo contrário, é a reafirmação de um projeto de cidade maravilha baseado em planejamentos que visam o empresariamento urbano. O que ocorre é uma maquiagem, uma forma de tornar a cidade mais apresentável para o olhar dos estrangeiros e dos investidores, com a implementação de políticas que o governo queria por em prática há muito tempo, mas não tinha coragem. Basta ver o legado deixado pelo Pan Americano, que não acrescentou em nada para a população do país, pelo contrário. Foram gastos bilhões para áreas que não foram aproveitadas e estão abandonadas, como o velódromo, o parque aquático e a vila olímpica.
Um outro exemplo é o estádio do Engenhão, que custou quatro vezes mais caro do que o previsto (de 80 milhões passou para 320 milhões), e ainda assim possui uma série de problemas, como a falta de uma sub-estação de energia, fazendo com que tenha que dividir a energia com as residências ao seu entorno.
Pode-se citar também a expansão do metrô do Centro até a Barra da Tijuca, o mapa do saneamento, a exclusão das favelas no mapa da cidade, recolhimento compulsório de usuários de crack, remoção de famílias de áreas interessantes para o governo, entre outros.
Há também o estádio do Maracanã que foi construído para receber pessoas de todas as classes, tornando-se um símbolo justamente por esse caráter de participação popular e que hoje a intenção é transformar este complexo esportivo num complexo de entretenimento reservado para poucas pessoas que poderão ter acesso, devido ao alto custo dos ingressos. Essa privatização é o símbolo do projeto de cidade que está sendo realizado, de modo que expulsando a população carente dos estádios, transforma-os em verdadeiros estúdios para a classe média, e acaba lucrando muito com isso.
Com relação à segurança não é diferente. O mapa das UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora) passa pelas áreas que são privilegiadas, que tem interesse para o governo, como o corredor hoteleiro da Zona Sul (onde todas as favelas estão ocupadas militarmente), zona portuária, Cidade de Deus (única que não estava sob o controle das milícias na região da Zona Oeste), o trajeto que vai até o aeroporto e o entorno do Maracanã. Percebe-se que este mapa não corresponde ao mapa da segurança pública, pois contempla apenas áreas específicas, enquanto outros bairros se encontram abandonados, visto que com a implantação das UPP’s ocorre o deslocamento dos infratores para regiões metropolitanas e Baixada Fluminense, que ficam entregues ao descaso do poder público e nada é feito quanto a isso.

A tentativa de trazer para a população o orgulho cívico, o patriotismo, é uma forma de justificar os enormes gastos com as obras e desviar a atenção para outro âmbito, que corresponde à festa pra população, sobretudo devido ao futebol, que é do interesse de todos; ao legado que esses eventos supostamente trarão, dando a idéia de que após a realização a população poderá usufruir do que foi construído, entre outros.
Esse plano de cidade acaba ocasionando o aumento da desigualdade, a privatização/elitização do espaço público e o rompimento com a cidadania e a equidade, tendo em vista que bilhões são gastos para a construção de estádios enquanto a maioria da população vive em condições deploráveis, passam horas na fila do hospital para serem atendidas por um serviço precário (quando conseguem atendimento), as escolas públicas não tem nenhuma infra-estrutura, ou seja, ocorrem investimentos para os empresários terem uma visão ilusória de que a cidade vai bem, enquanto a população está abandonada. Sendo assim, o grande questionamento que surge é até que ponto o plano de cidade empresa causa impacto na população e por que é tão difícil investir em serviços públicos de qualidade.
O fato é que a realização desses megaeventos não possui nenhum cunho social, pelo contrário, é a reafirmação de um projeto de cidade maravilha baseado em planejamentos que visam o empresariamento urbano. O que ocorre é uma maquiagem, uma forma de tornar a cidade mais apresentável para o olhar dos estrangeiros e dos investidores, com a implementação de políticas que o governo queria por em prática há muito tempo, mas não tinha coragem. Basta ver o legado deixado pelo Pan Americano, que não acrescentou em nada para a população do país, pelo contrário. Foram gastos bilhões para áreas que não foram aproveitadas e estão abandonadas, como o velódromo, o parque aquático e a vila olímpica.
Um outro exemplo é o estádio do Engenhão, que custou quatro vezes mais caro do que o previsto (de 80 milhões passou para 320 milhões), e ainda assim possui uma série de problemas, como a falta de uma sub-estação de energia, fazendo com que tenha que dividir a energia com as residências ao seu entorno.
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Engenhão Foto: Divulgação/ Botafogo |
Pode-se citar também a expansão do metrô do Centro até a Barra da Tijuca, o mapa do saneamento, a exclusão das favelas no mapa da cidade, recolhimento compulsório de usuários de crack, remoção de famílias de áreas interessantes para o governo, entre outros.
Há também o estádio do Maracanã que foi construído para receber pessoas de todas as classes, tornando-se um símbolo justamente por esse caráter de participação popular e que hoje a intenção é transformar este complexo esportivo num complexo de entretenimento reservado para poucas pessoas que poderão ter acesso, devido ao alto custo dos ingressos. Essa privatização é o símbolo do projeto de cidade que está sendo realizado, de modo que expulsando a população carente dos estádios, transforma-os em verdadeiros estúdios para a classe média, e acaba lucrando muito com isso.
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Maracanã Foto: O Globo On line |
Com relação à segurança não é diferente. O mapa das UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora) passa pelas áreas que são privilegiadas, que tem interesse para o governo, como o corredor hoteleiro da Zona Sul (onde todas as favelas estão ocupadas militarmente), zona portuária, Cidade de Deus (única que não estava sob o controle das milícias na região da Zona Oeste), o trajeto que vai até o aeroporto e o entorno do Maracanã. Percebe-se que este mapa não corresponde ao mapa da segurança pública, pois contempla apenas áreas específicas, enquanto outros bairros se encontram abandonados, visto que com a implantação das UPP’s ocorre o deslocamento dos infratores para regiões metropolitanas e Baixada Fluminense, que ficam entregues ao descaso do poder público e nada é feito quanto a isso.

A tentativa de trazer para a população o orgulho cívico, o patriotismo, é uma forma de justificar os enormes gastos com as obras e desviar a atenção para outro âmbito, que corresponde à festa pra população, sobretudo devido ao futebol, que é do interesse de todos; ao legado que esses eventos supostamente trarão, dando a idéia de que após a realização a população poderá usufruir do que foi construído, entre outros.
Esse plano de cidade acaba ocasionando o aumento da desigualdade, a privatização/elitização do espaço público e o rompimento com a cidadania e a equidade, tendo em vista que bilhões são gastos para a construção de estádios enquanto a maioria da população vive em condições deploráveis, passam horas na fila do hospital para serem atendidas por um serviço precário (quando conseguem atendimento), as escolas públicas não tem nenhuma infra-estrutura, ou seja, ocorrem investimentos para os empresários terem uma visão ilusória de que a cidade vai bem, enquanto a população está abandonada. Sendo assim, o grande questionamento que surge é até que ponto o plano de cidade empresa causa impacto na população e por que é tão difícil investir em serviços públicos de qualidade.
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